Legado da Xilam: Marc du Pontavice

Marc Marie Joseph Raymond du Pontavice (10 de janeiro de 1963) é um produtor, desenhista e artista francês, nascido em Paris, França. É o fundador do estúdio Xilam e o criador de Mr. Baby e FloopaLoo.

HISTÓRIA

Nascido na capital da França, Paris, Marc du Pontavice, é filho do acadêmico Emmanuel du Pontavice (21 de fevereiro de 1930-23 de dezembro de 1998) e da médica Anne de Pardieu (1932-2016) e é o terceiro dos quatro filhos de Emmanuel e Anne (duas meninas, Hélène e Violaine e dois meninos, Alain e o próprio Marc). Vem de uma família da nobreza bretã: a família du Pontavice.

Infelizmente, sua infância foi marcada pela violência e abusos sexuais da mãe Anne, o que deixou com traumas na infância. Descobriu o cinema aos 7 anos e ele aprende o poder das palavras em meio ao silêncio de um internato na Alemanha. Ele cresce vendo os desenhos de Tex Avery e Chuck Jones[¹], lendo quadrinhos como Mandrake[²] e Rahan e passava muito tempo admirando as pinturas muito realistas do artista russo Alexander Yevgenievitch Iakovlev que estavam penduradas na casa de sua avó que as colecionava.[³]

Graduado pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) na seção Eco-Fi em 1989, Marc du Pontavice fez carreira no grupo de cinema Gaumont. Depois de ter gerido os acertos financeiros e a produção de cem horas de ficção no CFC-Groupe Robur (1989-1990), incluindo a série de Highlander transmitida nos Estados Unidos, Marc du Pontavice lançou em 1990, a Gaumont Television, subsidiária do grupo cinematográfico dedicado à produção de ficção para a telinha.

Em março de 1995, participou da criação do novo departamento Gaumont Multimédia centrado em desenhos animados, videogames e a internet, depois de convencer o gerente geral da Gaumont, Patrice Ledoux, pelo desenho de Highlander que foi entregue em apenas dez meses, que propôs a Marc du Pontavice formar o novo departamento; mudou-se para os antigos estúdios de Luc Besson em Paris em setembro de 1995, que acabou se tornando a sede da Xilam.[⁴]

Marc du Pontavice durante a produção de Space Goofs (1997)

A Gaumont Multimédia, da qual Marc du Pontavice assumiu como gerente geral, tornou-se um player na produção de animação com séries como Space Goofs em 1997 e Oggy e as Baratas Tontas em 1998; também produz videogames com as adaptações de Os Visitantes (1997) e O Quinto Elemento (1998). Também é o primeiro produtor de animação francês vender animações francesas á televisão americana.[⁵]

Porém, a perda de faturamento da Gaumont Multimédia, como também a necessidade de dinheiro para financiar o desenvolvimento de sua rede Multiplex e a decisão deles de reorientar seu primeiro negócio, o cinema[⁶], levou a Gaumont a se separar rapidamente do departamento, o que também causou a saída de Marc da Gaumont em 10 de dezembro de 1998 e foi substituído por Stéphane Pathernay no comando da Gaumont Multimédia em 1 de janeiro de 1999 até que o estúdio foi fechado no mesmo ano[⁷], Marc continuou sendo o produtor de Oggy na segunda temporada, mas como produtor executivo freelancer.[⁸] No mesmo 1 de janeiro, anunciou que iria fundar seu próprio estúdio de animação independente[⁹], que foi introduzida na MIPTV em maio de 1999.[¹⁰] Em 5 de agosto de 1999, Marc du Pontavice criou seu próprio estúdio de produção especializado em animação, que chamou de Xilam. Ele acabou comprando os ativos da Gaumont Multimédia em dezembro do mesmo ano por 44 milhões de francos.

Também em 1999, ele assinou um contrato com a Dargaud e a Lucky Comics para comprar os direitos de animação de Lucky Luke, para o qual a Xilam produziu As Novas Aventuras de Lucky Luke (Les Nouvelles Aventures de Lucky Luke) na France 3 por um orçamento de 18,4 milhões de euros.

Marc du Pontavice no making-of de Kaena - A Profecia (2003)

Em 2006, fundou seu estúdio de drama, a One World Films.[¹¹]

Em 8 de abril de 2009, Marc du Pontavice foi eleito presidente da SPFA (Sindicato dos Produtores de Animação Franceses). Ficou no cargo da presidência do sindicato até 2015, quando foi sucedido por Philippe Alessandri.[¹²]

Ele produziu o longa de animação do diretor francês Jérémy Clapin, Perdi Meu Corpo, lançado em 2019, que foi um sucesso imediato com vários prêmios, incluindo uma indicação no Oscar 2020.

Marc du Pontavice e sua esposa Alix de Maistre no tapete vermelho do Oscar (2020)

Em 3 de fevereiro de 2020, ele, junto de 19 acionários, compraram a revista cinéfila com mais tempo de publicação na França, Cahiers du cinéma, o que gerou uma reação da equipe editorial da revista que acabaram se renunciando depois da compra da revista.[¹³]

Em 10 de março de 2022, publicou o seu livro autobiográfico Destin animé. Publicado pela editora Slatkine & Compangnie (ainda não publicado no Brasil), conta a história dele e do estúdio Xilam.

CURIOSIDADES

Ele tem uma esposa, a Alix de Maistre (nascida em 1964) (casados desde 23 de junho de 1989), onde o significado do nome da Xilam é um anagrama da declaração de amor de Marc á Alix (M-Alix). Também eles tem uma filha e um filho, Lou (nascida em 1992) e Ivan (nascido em 1995).[¹⁴]
Ele tem uma coleção de obras de arte russas do século XX.
Ele tem interesse em pintura e ilustração.
Ele pratica esportes como ciclismo e ski.
Os desenhos preferidos dele que são o que ele viu na infância, Mogli: O Menino Lobo da Disney de 1967[¹⁵], os animes O Conto da Princesa Kaguya e Vidas ao Vento do Studio Ghibli e o desenho Galáxia Wander da Disney, criado por Craig McCracken.[¹⁶][¹⁷]
Ele tem uma impressão pela série da Nickelodeon, Ren e Stimpy, criação do cartunista e animador canadense John Kricfalusi (também conhecido como John K.).[¹⁸]
O seu pai, Emmanuel du Pontavice veio ao Brasil em 1977 para uma conferência sobre a aplicação da Convenção de Varsóvia no Rio de Janeiro.
Correio Braziliense, 02/10/1977

REFERÊNCIAS

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Marc du Pontavice

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